26 de setembro de 2012

DUNAS DE ITAÚNAS


O Sol já está nascendo! Lindo!
Invém um barquinho descendo o rio
Todo enfeitadinho de papel crepon
É tanto foguete, que ninguém dorme.

E o padre negro já reza a missa
Dia interim de pedir e agradecer as bênçãos
Pés descalços na terra seca da vila
Roda as saias das pastorinhas
Vô ni praia hoje não.

Indé fim de tarde
Corre menino!!! Abre espaço pra procissão passar!
Menino que nasce em Dunas, é pé no chão,
É cria do rio, do mar, da natureza e brinca na praça do toco.



 


Vamos enterrar o mastro Ticumbi,

Lá vem Katirina, moça cheia de lero lero, que cobrar sem perdão!

Agora é guerra, risca a espada.

Mouro versus cristãos.

No meio tá São Sebastião!



 De noitinha forró na tendinha da praça

Tá todo mundo arrumado

Açucena já tá aprontando, ê menina danada

Sujou todo o vestido de festa!

E são meus aniversários!

Olha o quão são abençoados!

É tanta singeleza que não me arrisco a ir pra Dunas em outra época,

É medo de perder o encanto.

Viva São Sebastião!




  E pra você, qual é a melhor época pra se estar em Dunas de Itaúnas????

 Abaixo dois vídeos especiais dos meus aniversários que sempre comemoro lá. Um em 2009 com as meninas de Dunas fazendo homenagem para mim, cantando forró.
E o segundo em  2007 no mesmo lugar, no bar da ponte com aquela roda de samba!!! 




 LEGENDA DAS FOTOS: 1ª Eu e o Sol nascendo em Dunas (por Rodrigo César). 2ª Crianças brincando na praça do tronco, Cecília Pacheco que tirou esta. 3ª Meninos na procissão (por Mariana Roncale). 4ª Grupo se apresentando em Dunas (Por Mariana Roncale).





7 de junho de 2012

Fazenda Pau Brasil - MG



 Mineiro e roça.
É tudo assim, queijo, cachaça e festa.
Na fazenda Pau Brasil tem lugar de fazer queijo, tem moinho, tem tudo mesmo que roça tem. Até a varanda boa de ficar olhando o verde, que está pra tudo que é lado.
E quando tem visita, ixi, aí é mais festa.
Era mesmo dia de festejar, porque era festa de santo.
E o melhor destas festas é acompanhar as preparações.
A casa de Kátia, virou lugar das mulheres resenhar e fazer quitutes.
E os homens nos afazeres rotineiros da fazenda.
Conheci Girlaine fazendo pasteis.
Nos levou até a sua casa. Em um lugar tão bonito!
Destes difícil de descrever, uma vilazinha, organizada, com casas que davam no mesmo quintal. Rodeada por uma floresta. Era um cenário e tanto.
Neste dia, havia fogo.
Você já ouviu o barulho de fogo na mata?
É grande e assustador.
Apesar do susto, o fogo não chegou na casas da região.
Mas destruiu troncos tão fortes, que bateu uma tristeza em todos.
Mas era dia de festa, voltamos as preparações e para as conversas fiadas.
E assim, o dia passou ligeiro, ouvindo causos, tomando café na cozinha.
E este simples texto é só para agradecer a Kátia e Agnaldo pelas acolhidas sempre inesquecíveis!


É a vida...
Algumas semanas depois da visita, fomos avisados que Girlaine morreu, de forma brutal, assassinada a enxadadas. E aí a gente descobre que na roça a vida é como em qualquer lugar, frágil e imprevisível. Mas não tem como não lembrar daquela menina sonhadora, que exibia a aliança, que abriu a porta da sua casa, e que era cheia de dúvidas sobre o futuro. E mesmo com todas as nossas diferenças (cada uma no seu mundo) nós estávamos com o mesmo medo do que estava por vir. Ela eu não sei, mas eu continuo com medo do mesmo jeito e ainda sem entender é nada da vida.   

Na foto, Girlaine, fazendo pastéis para a festa.





Santo Antônio do Itambé - MG





Energia das boas.
É um lugar que quando eu descobri
Comemorei como se fosse um tesouro.
O turismo ainda chegava bem devagar.
E as cachoeiras tão belas.
Mochilas nas costas
Duas irmãs. Eu e Carol.
E no desconhecido fomos bem recebidas.
Caminhar, caminhar.
Mas essa caminhada era acompanhada por um violão
todo enfeitado e de canções! Geraldo Azevedo, Caetano, Chico...
Todos estes caminhavam por ali, com a gente.
Chegada, cachoeira de água gelada.
O mergulho levou todo o nosso peso.
E trouxe leveza.
Era cachoeira, fogueira e violão.
Na volta o frango já havia sido encomendado.
Um pão caseiro, feito por Nyala.
Partida.
O que ficou foram os novos amigos,
E um bilhete que dizia:
“Que a luz e a boa energia do Sol estejam sempre com vocês. Namastê ”