Mineiro e roça.
É tudo assim, queijo, cachaça e festa.
Na fazenda Pau Brasil tem lugar de fazer queijo, tem moinho, tem tudo mesmo que roça tem. Até a varanda boa de ficar olhando o verde, que está pra tudo que é lado.
E quando tem visita, ixi, aí é mais festa.
Era mesmo dia de festejar, porque era festa de santo.
E o melhor destas festas é acompanhar as preparações.
A casa de Kátia, virou lugar das mulheres resenhar e fazer
quitutes.
E os homens nos afazeres rotineiros da fazenda.
Conheci Girlaine fazendo pasteis.
Nos levou até a sua casa. Em um lugar tão bonito!
Destes difícil de descrever, uma vilazinha, organizada, com
casas que davam no mesmo quintal. Rodeada por uma floresta. Era um cenário e
tanto.
Neste dia, havia fogo.
Você já ouviu o barulho de fogo na mata?
É grande e assustador.
Apesar do susto, o fogo não chegou na casas da região.
Mas destruiu troncos tão fortes, que bateu uma tristeza em
todos.
Mas era dia de festa, voltamos as preparações e para as
conversas fiadas.
E assim, o dia passou ligeiro, ouvindo causos, tomando café
na cozinha.
E este simples texto é só para agradecer a Kátia e Agnaldo
pelas acolhidas sempre inesquecíveis!
É a vida...
Algumas semanas depois da visita, fomos avisados que Girlaine
morreu, de forma brutal, assassinada a enxadadas. E aí a gente descobre que na
roça a vida é como em qualquer lugar, frágil e imprevisível. Mas não tem como
não lembrar daquela menina sonhadora, que exibia a aliança, que abriu a porta
da sua casa, e que era cheia de dúvidas sobre o futuro. E mesmo com todas as
nossas diferenças (cada uma no seu mundo) nós estávamos com o mesmo medo do que estava
por vir. Ela eu não sei, mas eu continuo com medo do mesmo jeito e ainda sem
entender é nada da vida.
Na foto, Girlaine, fazendo pastéis para a festa.